Liderar, formar e inspirar pelo exemplo
Minha trajetória revela que liderar é construir vidas com coerência, exercitar o amor no lar e viver princípios cristãos como estilo de vida, não apenas discurso.

Aprendi, com minha trajetória, que liderar é um processo contínuo de transformação interior e exterior. Não é apenas ocupar cargos ou executar tarefas; é construir vidas, formar caráter, inspirar pelo exemplo e abrir caminhos para que outros floresçam. Em cada projeto, cada decisão, cada relação, percebo que a liderança não se sustenta em discursos bem elaborados, mas na coerência entre o que digo e o que vivo. Sem a direção de Deus, todo esforço se torna vão; por isso, busco diariamente consultar o Grande Arquiteto antes de qualquer movimento, entendendo que o meu papel é edificar de acordo com o desenho dEle, e não segundo meus próprios planos.
Dentro de casa, compreendi que minha maior influência não está no que ensino, mas no que modelo. A família é, para mim, uma academia onde o amor precisa ser exercitado todos os dias, no perdão, na vulnerabilidade e na coerência entre o que proclamo e o que pratico. Vi na prática que os filhos respeitam mais a fé que veem encarnada na rotina do que os discursos que ouvem. Aprendi a mostrar minhas limitações, pedir perdão, reconhecer que sou um vaso de barro, para que a excelência seja de Deus. Essa postura de autenticidade abriu portas para conversas mais profundas, relações mais sólidas e uma fé que se torna visível no cotidiano.
No trabalho, descobri que liderar pessoas significa enxergar cada uma delas na sua singularidade e ajudá-las a descobrir quem são em Deus, mesmo que sejam diferentes do que eu imaginei. Essa postura exige paciência, humildade e atenção para identificar pistas de grandeza e colocá-las em ambientes onde possam florescer. Já não vejo resultados apenas como números ou metas atingidas, mas como vidas transformadas, talentos desenvolvidos, equipes fortalecidas e culturas saudáveis. Liderar não é criar clones, é cultivar diversidade, fortalecer propósitos e dar oportunidade para que cada um brilhe no seu chamado.
Nesse tempo de comunicação fragmentada e acelerada, compreendi que minha fé não pode se limitar a um evento dominical ou a um discurso motivador. Ela precisa se tornar um estilo de vida visível na segunda, na terça e em cada decisão cotidiana. Não posso ganhar o mundo e perder minha casa, não posso ser admirado publicamente e negligente em privado. Essa consciência me levou a construir pontes entre espiritualidade e competência, entre princípios e amor, entre propósito e ação. Procuro, a cada dia, ser um exemplo de que é possível unir profissionalismo, fé e humanidade num mesmo caminho.
Vivemos uma época de mudanças profundas. As famílias mudaram, os papéis se transformaram, a tecnologia avança em ritmo acelerado e a inteligência artificial remodela o mundo à nossa volta. No meio disso, percebi que meu chamado é formar homens e mulheres com princípios, capazes de navegar esse novo tempo sem se afogar nele, ancorados na graça, flexíveis nas formas, firmes nos valores e dispostos a sacrificar a própria imagem para alcançar pessoas. Não é um desafio simples, mas é um caminho possível quando escolhemos diariamente autenticidade, serviço e amor como fundamento de tudo o que fazemos.