Do Campus à Carreira: o que espera os estudantes da UFMG?
Estudo revela que, apesar do prestígio da UFMG, a formação acadêmica ainda carece de práticas e conexões com o mercado para garantir inserção profissional efetiva.

Por Paulo César de Souza
A trajetória universitária, muitas vezes vista como um passaporte para a ascensão social, não garante, por si só, uma inserção profissional segura. Esse foi o ponto de partida da minha pesquisa, desenvolvida na disciplina Oficina de Língua Portuguesa, no curso de Filosofia da UFMG. Com base em uma abordagem qualitativa e quantitativa, analisamos dados da plataforma Moodle, produções acadêmicas e estatísticas nacionais para entender como os estudantes da UFMG, especialmente das áreas de Engenharias, Exatas, Humanas e Artes, percebem os desafios e as oportunidades ao final da graduação.
Os resultados revelam uma clara assimetria: enquanto os alunos das Engenharias demonstram maior confiança na empregabilidade, os estudantes de Ciências Humanas e Artes expressam insegurança e incerteza sobre o futuro profissional. Embora o diploma da UFMG ainda seja altamente valorizado, há um consenso entre os estudantes sobre a necessidade de mais experiências práticas, habilidades interpessoais e maior conexão entre a universidade e o mercado de trabalho.
Diante disso, concluo que o ensino superior precisa ser repensado. O currículo deve se tornar mais flexível e conectado às transformações sociais e tecnológicas. A promoção de estágios, o incentivo à autonomia estudantil e a articulação com políticas públicas de empregabilidade são caminhos fundamentais para formar profissionais protagonistas, capazes de enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.