Regularização Fundiária em Ibirité: Falta de Transparência e Incertezas Marcam os 8 Anos de Gestão Caótica de William Parreira

A gestão de William Parreira em Ibirité é marcada por falta de transparência na regularização fundiária, polêmicas judiciais e incertezas para a população.

A regularização fundiária nas regiões de Morado do Sol, Vila Primavera, Águia Dourada e Barreirinho em Ibirité, um tema que já gerou muitas expectativas entre os moradores, continua envolta em polêmicas e falta de transparência. O processo, que foi iniciado em gestões passadas e estava prestes a ser finalizado no governo do ex-prefeito Pinheirinho, acabou desorganizado após a chegada de William Parreira ao poder. Desde então, as dúvidas e desconfianças aumentaram, deixando os moradores sem respostas claras.

A empresa GeoLine, contratada para realizar o geoprocessamento e cadastramento das áreas, recebeu mais de 3 milhões de reais entre 2017 e 2021, com seis termos aditivos ao contrato. No entanto, a empresa paralisou suas atividades em 2021, e até hoje não se sabe se o cancelamento do contrato foi feito por parte da GeoLine ou da prefeitura. Essa falta de clareza gera incertezas sobre o futuro do processo.

Além disso, muitos moradores questionam os custos do processo de regularização, incluindo se terão que pagar pelo título de posse e pelas taxas de cartório. Há também preocupações sobre indenizações para moradores em áreas de risco, uma questão crucial que permanece sem respostas. O prefeito William Parreira tem feito comunicados nas redes sociais, afirmando que a regularização "acontecerá na próxima semana", mas sem prazos ou informações concretas, o que aumenta ainda mais a frustração.

Outro ponto crítico é que Parreira não pretende entregar o registro de imóveis, mas sim uma simples certidão de regularização, um documento sem validade jurídica plena, o que não garante aos moradores a segurança que esperavam. "É um papel que não resolve nada", afirmam os moradores, que temem que o processo termine sem a garantia real de propriedade.

A falta de transparência também é evidente no portal oficial da prefeitura, que não especifica os gastos já feitos desde 2017, nem informa qual empresa atualmente conduz o processo de regularização. Moradores afirmam que, na gestão anterior, os detalhes de todos os recursos eram facilmente acessíveis. Agora, com a situação caótica, o Ministério Público recebeu recentemente uma manifestação formal questionando esses pontos, reforçando a necessidade urgente de explicações.

A regularização fundiária, que começou com o ex-vereador Bispo Verli nos anos 2000 e contou com esforços do deputado Diniz Pinheiro, avançou significativamente durante o governo de Pinheirinho. Em 2013, o programa "A Casa é Sua" foi criado para assegurar os direitos dos moradores, mas em 2018, o prefeito William Parreira alterou o nome do programa, gerando mais confusão e desaceleração do processo.

É importante destacar que William Parreira se tornou o prefeito com o maior número de processos judiciais na história de Ibirité. Ele foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) em duas instâncias, mas retornou ao cargo após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Essas circunstâncias, somadas à falta de transparência na gestão dos recursos públicos, levantam sérias dúvidas sobre a conclusão da regularização fundiária e aumentam a apreensão entre os moradores que esperam uma solução definitiva.

A população de Ibirité aguarda por uma administração mais transparente, que ofereça respostas concretas e traga a tão esperada segurança jurídica para as famílias que há anos aguardam pela regularização de suas propriedades.