A verdade sobre networking na vida empresarial

Servir genuinamente antes de receber é a base para construir relacionamentos sólidos que geram confiança, oportunidades e resultados duradouros nos negócios.

A verdade sobre networking na vida empresarial

Como empresário, descobri que por trás de cada CNPJ existem inúmeros CPFs e é com essas pessoas que os negócios realmente acontecem. Durante muito tempo, o mercado nos vendeu a ideia de que networking é aumentar o número de contatos para multiplicar oportunidades. Mas a minha experiência mostrou algo mais profundo: a verdadeira rede de relacionamentos nasce quando você serve antes de receber.

Percebi que existem apenas duas formas legítimas de acessar pessoas: pagando ou servindo. E, quando não há capital para pagar, servir torna-se a moeda mais poderosa e mais duradoura. Isso não é discurso "fofo" nem caridade travestida de estratégia. É um modo de operar. As pessoas percebem com rapidez cirúrgica quando um relacionamento é genuíno e quando é puramente utilitário. O cérebro humano é um radar para intenções. Assim como um tubarão sente uma gota de sangue a quilômetros de distância, qualquer pessoa identifica quando alguém se aproxima apenas para extrair.

Ao longo da minha trajetória, entendi que servir não é subserviência. É ser interessante sem ser interesseiro. É oferecer primeiro algo de valor, uma ideia, uma conexão, uma ajuda concreta, antes de apresentar qualquer proposta. Essa atitude cria um espaço emocional de reciprocidade, uma "dívida positiva" que não obriga, mas inspira retribuição. Não é coincidência que os relacionamentos mais sólidos da minha carreira nasceram assim.

Penso muito no exemplo de Jesus como líder e influenciador. Ele não apenas ensinou princípios, mas multiplicou pessoas ao seu redor. Seu propósito era de dentro para fora. Servir, nesse contexto, é um ato estratégico, mas também é um ato de caráter. Ao adotar esse estilo de vida, você transcende o interesse imediato e amplia exponencialmente o alcance e a qualidade dos seus relacionamentos.

No mundo empresarial, isso significa olhar o cliente de forma 360°, ligar no aniversário, mandar um presente pelo casamento da filha, ouvir antes de vender. Não importa se você tem uma loja de calça jeans no interior ou um fundo de investimento bilionário. Essa postura não exige sofisticação, exige sensibilidade e consistência. Até mesmo grandes corporações criam experiências como cursos, eventos, pescarias e jantares para reunir clientes e gerar negócios indiretamente. Esse é o "dar primeiro" institucionalizado.

Outro ponto essencial é entender que nem todo networking precisa mirar os grandes nomes do mercado. Há um poder enorme no relacionamento entre iguais. Pessoas e empresas do mesmo patamar conseguem gerar muito mais valor mútuo, acesso e sinergia do que um iniciante tentando pular etapas com alguém inatingível. Crescer junto com pares, colaborar e nunca esquecer quem ajudou você no início cria uma rede orgânica e sustentável.

E quando chega a hora de converter relacionamento em negócio? Não existe fórmula mágica. O segredo está no timing e na objetividade. Depois de pavimentar a confiança, seja simples e direto. Convide para um café ou almoço, diga claramente que tem uma proposta que pode gerar valor para os dois lados. Essa honestidade respeita o tempo do outro e evita o jogo manipulativo que destrói pontes. Elimine excessos. Reconhecimento demais vira bajulação. Insistência demais vira pressão. E acima de tudo, pratique a escuta ativa. Escutar é mais poderoso do que falar. Abre portas, revela oportunidades e faz o outro se sentir importante.

Networking, para mim, não é uma técnica. É um estilo de vida. É semear primeiro e colher depois, sem apego e sem expectativa imediata. Quem adota essa postura não apenas faz negócios melhores, mas também dorme mais tranquilo, constrói reputação, influencia mais pessoas e deixa um legado mais sólido. Esse é o segredo que aprendi no caminho: servir antes de receber não é hipocrisia. É inteligência relacional de longo prazo.