"O discipulado começa em casa e o evangelho confronta o ego": reflexões de uma manhã em que o céu nos visitou

A mensagem ministrada pelo Pr. Flavinho na Lagoinha destacou que o verdadeiro discipulado começa em casa, confronta o ego, exalta a humildade e tem em Jesus a única motivação.

"O discipulado começa em casa e o evangelho confronta o ego": reflexões de uma manhã em que o céu nos visitou

Na manhã deste domingo, durante o culto das 9h na Igreja Batista da Lagoinha em Belo Horizonte, fomos profundamente confrontados e, ao mesmo tempo, abraçados por uma palavra ministrada com zelo, autoridade e discernimento pelo Pr. Flavinho. Com base em Marcos 9, dos versículos 33 ao 41, a mensagem nos levou a refletir sobre um ponto central, ainda que muitas vezes negligenciado em nossa jornada espiritual: o discipulado começa em casa. E mais do que isso, o verdadeiro evangelho não massageia o ego, ele o confronta, revela intenções ocultas e redireciona o coração para o centro da vontade de Deus.

O cenário é familiar. Jesus está em caminhada com seus discípulos. Eles haviam acabado de presenciar milagres e testemunhar o Mestre libertar um menino possesso, algo que eles mesmos não conseguiram fazer. Mesmo após essa experiência marcante, voltam para casa discutindo quem seria o maior entre eles. Jesus, que tudo ouve e tudo vê, não os corrige de imediato. Ele aguarda o momento certo. Espera chegar em casa. Esse detalhe nos ensina algo essencial: há correções que não devem ser feitas no caminho, nem diante das multidões. Existem assuntos que só se tratam no ambiente seguro do lar. É nesse lugar, fora do palco e dos olhos do público, que o discipulado verdadeiro é forjado. A igreja alimenta, mas é em casa que a formação espiritual ganha raízes. A mesa do café, o quarto de oração, a conversa intencional entre pais e filhos, marido e esposa, são os verdadeiros berços do discipulado cristão.

A mensagem também denunciou um mal silencioso que se instala entre nós quando deixamos de vigiar: a vaidade espiritual. Enquanto os discípulos debatiam quem seria o maior, um menino permanecia cativo e o sofrimento de um pai continuava sem resposta. A missão foi retardada por causa do ego. O tempo que deveria ter sido usado para agir, curar e libertar, foi desperdiçado em discussões sobre prestígio e hierarquia. Jesus, então, nos entrega o coração do Reino com uma única frase: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último e servo de todos." Ele não nos chama à performance, mas ao serviço. Ele pega uma criança, símbolo da fragilidade e da invisibilidade social da época, e a coloca no centro, ensinando que o valor não está em títulos ou reconhecimento, mas em corações humildes e dispostos a amar como Ele amou.

Ainda no mesmo texto, João se levanta e tenta impedir alguém que estava expulsando demônios em nome de Jesus, simplesmente porque "não era um dos nossos". O sentimento de exclusividade espiritual se manifesta de forma disfarçada, mas letal. Quantas vezes caímos na armadilha de pensar que Deus só age em nosso ministério, na nossa igreja, na nossa linguagem? Jesus, com sabedoria, responde: "Quem não é contra nós, é por nós." Ele não está restrito à nossa estrutura. O Reino de Deus é maior do que nossos modelos, nossas siglas e nossas preferências. O Espírito Santo se move onde há sede, quebrantamento e verdade. Quando tentamos conter Jesus dentro de uma moldura humana, revelamos um coração que ainda não entendeu que o Reino é expansão, não contenção. É multiplicação, não limitação.

A palavra foi encerrada com um chamado claro à motivação certa. "Quem der um copo d’água em meu nome," diz o Senhor, "de modo nenhum perderá a sua recompensa." Tudo o que fazemos, absolutamente tudo, precisa passar pelo crivo do nome de Jesus. Não é sobre visibilidade, é sobre fidelidade. Não é sobre números, é sobre propósito. Se for para a glória Dele, vale a pena. Se for para nossa vaidade, é em vão. O verdadeiro evangelho não gira em torno do homem, mas exalta a Cristo. Que nossas ações, escolhas, palavras e intenções sejam consagradas ao nome que está acima de todo nome. Que Ele cresça, e que nós diminuamos.

Nesta manhã tão marcante, fomos conduzidos a uma verdadeira reforma interna. Deus não apenas falou conosco, Ele nos tratou. Ele nos chamou de volta à essência. À comunhão no lar. À sabedoria no discipulado. À humildade no serviço. Ao abandono da comparação. E, sobretudo, ao compromisso de viver para um só nome: JESUS. Que nossas casas se tornem altares. Que nossos filhos aprendam a orar conosco. Que nossas esposas se sintam lideradas em amor. Que nossos maridos sejam honrados como servos de Cristo. Que cada irmão entenda seu chamado não como palco, mas como cruz. E que nossa motivação, até no mais simples copo d’água, seja unicamente Ele.

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